sexta-feira, 8 de março de 2013

Mais um esqueleto encontrado na Comunidade do Pilar

arqueologia

Mais um esqueleto encontrado na Comunidade do Pilar

Com a nova descoberta, no Bairro do Recife, subiu para 14 o número de sepulturas desenterradas em cemitério secular

 / Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem

Mais um esqueleto humano foi encontrado na comunidade do Pilar, Bairro do Recife, onde arqueólogos da Fundação Seridó identificaram um cemitério possivelmente dos séculos 16 ou 17. A quantidade de sepulturas, com a descoberta na tarde desta quinta-feira, sobe para 14. Igual aos demais, o esqueleto está de frente para o mar. Tem os braços cruzados sobre o peito, na mesma posição de outra ossada resgatada no início das pesquisas, em janeiro.
O novo esqueleto apareceu pouco antes de chegarem ao local das escavações a diretora do Centro Nacional de Arqueologia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNA-Iphan), Rosana Najjar, e o superintendente do Iphan em Pernambuco, Frederico Almeida. “Pela importância do sítio encontrado, pedimos a orientação de Rosana, que tem grande experiência com arqueologia urbana”, diz Frederico.
Segundo ele, o Iphan vai discutir com os arqueólogos a melhor forma de preservar os achados. “Nem sempre deixar as descobertas expostas ao público é a melhor solução. Abrir o terreno, estudar, produzir conhecimento e depois fechar a área escavada, às vezes, é o procedimento mais indicado”, diz a arqueóloga Rosana Najjar.
Os esqueletos serão levados até a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para serem submetidos a exames. Antes, terão as posições em que foram localizados registradas, inclusive com scanner laser, informam as arqueólogas da Fundação Seridó Ana Catarina Torres e Manuela Matos. Antropóloga da UFPE e presidente do Arquivo Histórico Judaico, Tânia Kaufman levanta a hipótese de serem sepultamentos de judeus.
“A maneira de enterrar, com os braços ao longo do corpo, sem sapatos, sem botões de roupas e os ombros encolhidos sugerem que eles foram enrolados em mortalhas ou lençóis, como as pessoas de origem judaica”, observa Tânia. Outro indício é o padrão de sepultamento, com os pés voltados para o oriente, na direção de Jerusalém.
Tânia está fazendo pesquisas para confirmar ou não a suposição e acrescenta outras informações. “São esqueletos de pessoas jovens, a área dos enterros fica próxima de um local de grande concentração demográfica de judeus no século 17 e há a proximidade com Olinda, moradia de judeus e onde existiu uma fortaleza que abrigava soldados de origem judaica, nos Milagres.”
A Fundação Seridó é uma ONG contratada pela Prefeitura do Recife para fazer o acompanhamento arqueológico da área, onde está sendo construído um conjunto habitacional.
FONTE NE 10

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