arqueologia
Mais um esqueleto encontrado na Comunidade do Pilar
Com a nova descoberta, no Bairro do Recife, subiu para 14 o número de sepulturas desenterradas em cemitério secular
Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem
Mais um esqueleto humano foi
encontrado na comunidade do Pilar, Bairro do Recife, onde arqueólogos
da Fundação Seridó identificaram um cemitério possivelmente dos séculos
16 ou 17. A quantidade de sepulturas, com a descoberta na tarde desta
quinta-feira, sobe para 14. Igual aos demais, o esqueleto está de frente
para o mar. Tem os braços cruzados sobre o peito, na mesma posição de
outra ossada resgatada no início das pesquisas, em janeiro.
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O novo esqueleto apareceu pouco antes de
chegarem ao local das escavações a diretora do Centro Nacional de
Arqueologia do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(CNA-Iphan), Rosana Najjar, e o superintendente do Iphan em Pernambuco,
Frederico Almeida. “Pela importância do sítio encontrado, pedimos a
orientação de Rosana, que tem grande experiência com arqueologia
urbana”, diz Frederico.
Segundo ele, o Iphan vai discutir com os
arqueólogos a melhor forma de preservar os achados. “Nem sempre deixar
as descobertas expostas ao público é a melhor solução. Abrir o terreno,
estudar, produzir conhecimento e depois fechar a área escavada, às
vezes, é o procedimento mais indicado”, diz a arqueóloga Rosana Najjar.
Os esqueletos serão levados até a
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para serem submetidos a
exames. Antes, terão as posições em que foram localizados registradas,
inclusive com scanner laser, informam as arqueólogas da Fundação Seridó
Ana Catarina Torres e Manuela Matos. Antropóloga da UFPE e presidente do
Arquivo Histórico Judaico, Tânia Kaufman levanta a hipótese de serem
sepultamentos de judeus.
“A maneira de enterrar, com os braços ao
longo do corpo, sem sapatos, sem botões de roupas e os ombros
encolhidos sugerem que eles foram enrolados em mortalhas ou lençóis,
como as pessoas de origem judaica”, observa Tânia. Outro indício é o
padrão de sepultamento, com os pés voltados para o oriente, na direção
de Jerusalém.
Tânia está fazendo pesquisas para
confirmar ou não a suposição e acrescenta outras informações. “São
esqueletos de pessoas jovens, a área dos enterros fica próxima de um
local de grande concentração demográfica de judeus no século 17 e há a
proximidade com Olinda, moradia de judeus e onde existiu uma fortaleza
que abrigava soldados de origem judaica, nos Milagres.”
A Fundação Seridó é uma ONG contratada
pela Prefeitura do Recife para fazer o acompanhamento arqueológico da
área, onde está sendo construído um conjunto habitacional.
FONTE NE 10
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