quarta-feira, 13 de março de 2013

No Recife, torcedor do Nautico sai do coma e responde a esti­mulos

 

No Recife, torcedor do Nautico sai do coma e responde a esti­mulos

Paciente já consegue piscar e estabelecer contato com o ambiente.
Lucas Lyra, 19 anos, foi atingido por um tiro na cabeça em 16 de fevereiro.
O jovem Lucas de Freitas Lyra, de 19 anos, torcedor do Náutico baleado na cabeça, voltou do coma na terça-feira (12) de acordo com a assessoria de imprensa do Hospital da Restauração (HR). Ele respondeu aos estímulos visuais e auditivos provocados pela equipe médica e estabeleceu contato com o ambiente através do piscar de olhos. Lucas foi baleado no dia 16 de fevereiro, em frente ao estádio dos Aflitos, no Recife .
O boletim médico divulgado pela unidade de saúde informa que o estado de saúde do jovem ainda inspira cuidados mas evolui bem. Lucas não está sob efeitos de sedativos e não faz mais uso contínuo de aparelhos para respirar, apenas quando necessário, por causa de problemas relacionados à asma. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do HR, a família visita o paciente nos horários determinados pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A sedação que o mantinha adormecido foi retirada no dia 28 de fevereiro.
Inquérito
O inquérito foi concluído pela Polícia Civil e já está no Ministério Público de Pernambuco, que deve denunciar o acusado, segundo o delegado Paulo Furtado, responsável pela investigação. O homem de 37 anos continua detido pela polícia em local não informado. Caberá à Justiça determinar a pena, que pode variar de dois a oito anos. "A investigação continuará para apurar se houve também formação de milícia e porte ilegal de arma. Até o momento, não encontramos a arma usada no crime nem ele explicou a origem dela", disse o delegado.
O acusado foi preso no dia 19 de fevereiro, no bairro de Nova Descoberta, no Recife, por força de um mandado de prisão temporário, um dia após ser ouvido no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele confessou que efetuou o disparo, mas afirmou que o tiro foi acidental. E informou que trabalhava como controlador de tráfego, há cerca de quatro meses, na empresa de ônibus Pedrosa. O homem afirmou à polícia que a Pedrosa não entregava arma aos controladores de tráfego. "Até o momento, a empresa não vai ser responsabilizada em nada criminalmente", falou Paulo Furtado.
O diretor-executico da Pedrosa, Antero Paraíba, disse ao G1 disse que a companhia não vai mais contratar controladores de tráfego para atuar em dia de jogos.

Investigação
Imagens das câmeras de segurança da Secretaria de Defesa Social (SDS), que não foram cedidas à imprensa, mostraram à polícia o momento exato no qual o torcedor do Náutico é baleado na cabeça. Segundo a SDS, o supeito aparece com outros controladores de tráfego, na calçada do estádio dos Aflitos, na Zona Norte do Recife, espancando um grupo de jovens, quando Lucas se aproxima e é baleado. O acusado guarda a arma na calça e foge do local.
Ainda de acordo com Paulo Furtado, outros controladores de tráfego que estavam no momento do crime foram identificados. "Foram identificados de oito a dez controladores, que trabalhavam tanto pela Pedrosa quanto pela Globo [outra empresa de transporte coletivo]. Eles não foram indiciados, até o momento, porque a lesão corporal foi leve e, nesse caso, a polícia precisa que a vítima [o grupo de jovens que estava sendo espancado] represente, e ninguém representou", explicou.

Crime
O estudante Lucas Lyra foi baleado quando chegava ao estádio dos Aflitos, no último sábado (16), para assistir a uma partida do Náutico. Um ônibus com torcedores do Sport, que também jogou naquele dia, passou em frente ao estádio, o que gerou uma confusão. O torcedor foi baleado nesse momento.

Torcida organizada
Por conta do incidente com o torcedor alvirrubro, no último dia 20 de fevereiro, o juiz José Raimundo dos Santos Costa, do Juizado do Torcedor (Jetep), determinou que torcidas organizadas não podem mais frequentar estádios em Pernambuco, por tempo indeterminado. A proibição começou a valer no dia seguinte e contempla a ação impetrada pela Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que já tinha solicitado a suspensão das organizadas por 60 dias. Durante este tempo, elas terão que cadastrar todos os seus integrantes.

Segundo o promotor José Bispo, o cadastramento está sendo feito atualmente na sede da Secretaria Estadual dos Esportes. "Algumas pessoas têm indo à Secretaria, mas na próxima terça-feira [5], o comitê [formado por representantes MPPE, da Justiça, da FPF e das secretarias do Esporte e Defesa Social] vai definir como esse cadastramento será efetivamente realizado", falou.
FONTE G1 PE

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