segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Laudo preliminar identifica facadas em jornalista goiano morto em PE

Laudo preliminar identifica facadas em jornalista goiano morto em PE

A causa da morte teria sido afogamento, mas há sinais de espancamento.
Pai de Lucas Fortuna clama para que 'morte não tenha sido em vão'.

Avelino Mendes Fortuna, pai de Lucas Cardoso Fortuna, jornalista goiano morto em Pernambuco (Foto: Katherine Coutinho / G1 PE) 
Avelino Mendes Fortuna, pai de Lucas Cardoso Fortuna.
O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) do Recife aponta que a causa da morte do jornalista goiano Lucas Cardoso Fortuna, de 28 anos, encontrado morto no domingo (18), na praia de Calhetas, no Cabo de Santo Agostinho, foi afogamento. Mas, de acordo com as informações do IML, foram identificadas duas facadas, uma no pescoço e outra perto da orelha, além de sinais de espancamento pelo corpo.
Avelino Mendes Fortuna, pai de Lucas, chegou ao Instituto Médico Legal por volta das 10 desta segunda-feira (19), para reconhecer o corpo do filho. Muito emocionado, não quis fazer especulações sobre a causa do homicídio. "Independentemente do meu filho ser homessexual ou não, ele era uma pessoa brilhante que teve sua vida brutalmente interrompida por um homicídio. Podia ter sido o filho de qualquer pessoa, vamos lutar para que a morte dele não tenha sido em vão", afirmou Avelino. O sepultamento do jornalista estava previsto para ocorrer em Goiana. Mas, de acordo com Avelino, vai acontecer na cidade natal do jornalista, Santo Antônio de Goiás.

O pai da vítima foi informado da morte no domingo (18) e veio imediatamente para o Recife, tendo chegado por volta da meia-noite na cidade. "O chefe dele que foi até a minha casa e contou que meu filho foi encontrado morto, com marcas de violência", contou Avelino. Na última vez que falou com o filho, na sexta-feira (16), Lucas estava feliz, porque havia a possibilidade de ser promovido a árbritro nacional - ele veio ao estado para apitar um campeonato de vôlei paralímpico. "Ele me disse também que estava vendo [a possibilidade/ de ficar mais tempo", lembra o pai.
Amigo de longa data do jornalista goiano, o ativista do movimento LGBT Luciano Freitas acredita que a morte está relacionada com crime de ódio. "O corpo dele foi encontrado boiando entre as praias de Calhetas e Gaibu, mas com marcas de violência e ensanguentado. A causa final da morte pode ter sido afogamento, mas acreditamos em crime de ódio", ponderou Freitas. O motivo para a desconfiança é o fato de o jornalista ter sido encontrado apenas de cueca. O celular e a carteira dele foram encontrados perto do corpo, o que descartaria a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).
O ativista conheceu a vítima há alguns anos, em um congresso universitário de diversidade sexual. "A última vez que falei com ele foi pela internet, na quarta (14). Ele brincou comigo perguntando se eu ia passar o dia na praia. Depois disso, ele chegou a me ligar, mas eu estava em reunião e não atendi", lembra Freitas. Lucas veio a Pernambuco para apitar um jogo de volei paralímpico no munícipio do Cabo de Santo Agostinho.
Ainda segundo o amigo, Lucas teria conseguido, no sábado (17) à noite, trocar a passagem para votlar para Goiás de domingo para segunda. "Colegas de trabalho dele me disseram que no sábado à noite foi a última vez que o viram. O colega de quarto dele foi dormir, ele saiu e ninguém mais o viu. Só deram falta no dia seguinte, que ele tinha que apitar uma partida. Foi quando o colega de quarto percebeu que ele não tinha dormido lá, que a cama estava intacta", conta Freitas.
FONTE G1 PE.

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