CORREDORES
Para a São Silvestre na cara e na coragem
Sem apoio governamental, corredores embarcaram ontem
Hesíodo Góes
Um grupo de 44 corredores embarcou,
nesta quinta-feira (27) pela manhã, da Praça do Derby, para disputar a
88ª Corrida Internacional de São Silvestre, que será realizada na
próxima segunda-feira (31), em São Paulo. Sem o auxílio da Prefeitura da
Cidade do Recife (PCR), que há oito anos disponibilizava gratuitamente o
transporte dos pernambucanos e este ano por conta da mudança de gestão
anunciou que não patrocinaria o transporte, restou aos atletas locais
bancarem do próprio bolso os custos para contratação de um ônibus. O
valor final apenas para o translado Recife-São Paulo-Recife foi de R$ 18
mil, que terminou sendo dividido entre a delegação.
A insatisfação por conta da não liberação do ônibus pela PCR era
visível nas palavras de cada um dos competidores, que mesmo sem
condições, se esforçaram para tornar real o sonho de disputar ou pela
primeira vez ou mais uma vez a mais tradicional corrida de rua do Brasil
e uma das mais importantes do mundo. “Infelizmente, o prefeito João da
Costa só porque perdeu tomou essa atitude que terminou prejudicando
todos nós corredores. Ao longo dos anos, pagamos tantos impostos e no
momento que precisamos, viraram as costas para nós”, lamentou o vendedor
Severino Ferreiro da Silva, que disputará a São Silvestre pela 12ª vez.
Como a maioria desses corredores não tinha condições financeiras para
arcar com a parcela do transporte, R$ 540, o jeito foi apelar para as
doações. Caso de José Carlos de Santana, funcionário da Engarrafamentos
Pitu. “Sem essa ajuda, dificilmente estaria aqui”, contou. O mesmo
aconteceu com a panfletista Ana Lúcia, do Ibura, que trabalha no
Cemitério e Crematório Memorial Guararapes. “A firma onde trabalho paga
todas as minhas inscrições para competições. Isso, sem dúvidas, já me
ajuda bastante”, comentou a atleta, que corre há 20 anos e participará
pelo quinto ano da São Silvestre, em São Paulo.
A expectativa também é grande para Elisângela Cristina da Silva, de
São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A
garçonete de buffet começou a correr há apenas nove meses e se diz
preparada para disputar a primeira São Silvestre da carreira. “Venho me
programando há nove meses. Nesse período, disputei 13 corridas de cinco e
dez quilômetros. Estou feliz com a realização desse sonho e quero que
essa seja a primeira de muitas viagens”, disse feliz. Para viajar,
recebeu ajuda da Prefeitura de São Lourenço, que bancou a passagem, além
da ajuda de amigos.
CHEGADA
Se tudo transcorrer bem, a previsão é que neste sábado (29) pela manhã
os pernambucanos desembarquem em São Paulo. Ontem, o ônibus que faria o
percurso apresentou problema e precisou ser trocado, atrasando o início
da viagem. Com a ajuda do coordenador da Gerência de Rendimento do
Geraldão, Antônio Domingos, os corredores de Pernambuco ficarão
hospedados, sem custo algum, em uma academia de artes marciais no bairro
de Santana. Este ano, a corrida de São Silvestre será realizada, pela
primeira vez, no período da manhã.
FONTE FOLHAPE.
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