HOMOFOBIA
Cresce número de assassinatos de homossexuais em 2012
Segundo levantamento, Pernambuco foi o segundo estado com maior registro de mortes
Reprodução

Levantamento feito pelo Grupo Gay
da Bahia (GGB), mais antiga organização de defesa de homossexuais do
Brasil, fundada em 1980 divulgado nesta quinta-feira (10), mostra que
foram assassinados, no ano passado, 338 integrantes brasileiros do
chamado grupo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais). O dado
representa um crescimento de 27% no número de homicídios na comparação
dom 2011 (266 casos). Desde 2005 (81 casos), o montante avançou 317%.
O levantamento, feito há três décadas com base em reportagens publicadas
em todo o País e informações coletadas por Organizações
Não-Governamentais (ONGs), inclui suicídios, casos em que as vítimas
foram confundidas com homossexuais e mortes de brasileiros no exterior -
no ano passado, foi registrada a morte de dois travestis brasileiros na
Itália. "Esses dados são só a ponta do iceberg", acredita o antropólogo
Luiz Mott, fundador do GGB e organizador da pesquisa. "A realidade deve
ser muito maior que essa estimativa, há muita subnotificação. Ainda
assim, somos os campeões mundiais de assassinatos de homossexuais, com
44% de todos os casos do planeta."
De acordo com o estudo, São Paulo registrou o maior número absoluto de
assassinatos de homossexuais, com 45 casos, seguido de Pernambuco, com
33, e Bahia, com 29. O levantamento, porém, aponta Alagoas como o Estado
mais perigoso para integrantes do grupo LGBT, com 5,6 homicídios de
homossexuais por grupo de 1 milhão de habitantes (18 casos no total),
seguido por Paraíba, com 4,9 assassinatos por milhão de habitantes (19
casos) e Piauí com 4,7 mortes por milhão de habitantes (15 casos). O
Nordeste concentrou 45% dos homicídios.
Para o presidente do GGB, Marcelo Cerqueira, a falta de educação sexual
no País e a impunidade são os principais combustíveis para o avanço dos
crimes contra homossexuais. "A homofobia precisa ser severamente punida
pela polícia e pela Justiça", acredita. "A certeza da impunidade e o
estereótipo do gay como fraco, indefeso, estimulam a ação dos
assassinos." De acordo com o levantamento, em apenas 89 casos, dos 338, o
autor do homicídio foi identificado - e apenas 24 deles foram presos.
Entre os casos destacados pelo GGB, estão o assassinato do jornalista e
ativista LGBT goiano Lucas Cardoso Fortuna, de 28 anos, morto por
espancamento em novembro por dois assaltantes em uma praia da região
metropolitana de Recife, e o homicídio de José Leonardo da Silva, de 22
anos, morto a pedradas na saída de uma festa em Camaçari (BA), em junho.
Ele foi confundido com um gay por estar abraçado ao irmão gêmeo, que
também ficou ferido no ataque. Nos dois casos, porém, os agressores
foram presos.
FONTE FOHAPE.
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