O Brasil não dispunha da confiança de grande parte da população
nacional. Havia pessimismo e narizes torcidos em relação à equipe.
Injustificados, pelo menos neste sábado. A Seleção superou o receio da
torcida, além da equipe do Japão, para dar um bom primeiro passo na Copa
das Confederações. Diante de um adversário tradicionalmente derrotável,
o time de Felipão manteve a escrita de nunca perder para os nipônicos.
Venceu por confortáveis 3 x 0, no estádio Mané Garrincha. O primeiro gol
foi marcado por Neymar. O segundo, por Paulinho. O terceiro, por Jô. No
próximo duelo, na quarta-feira, encara o México. Os orientais
enfrentam, no mesmo dia, a Itália. Todas as partidas são válidas pelo
grupo A.
Não existe indiferença em relação a Neymar. Ou se ama o atacante do
Barcelona e seus improváveis dribles ou se detesta o atleta e sua
incorrigível mania de segurar a bola em demasia. O primeiro grupo sai
mais feliz deste sábado. Porque logo aos dois minutos, o camisa 10 da
seleção abriu o placar com um belo gol. Marcelo cruzou para Fred, que
ajeitou de peito para Neymar. De fora da área, o chute saiu rápido,
forte, bem colocado. Não havia chance para Kawashima.
O que se viu a partir de então não foi domínio verde-amarelo. O gol de abertura não chegou propriamente a tranquilizar o selecionado nacional - nem a desesperar absolutamente os orientais. O Japão manteve a postura tática a que se propusera. Muita marcação, homens atrás da linha da bola e busca de contra-ataques velozes para municiar o único atacante. Assustou o Brasil em duas ocasiões. Na primeira, aos cinco minutos, Honda bateu falta direto no gol. Júlio César espalmou. Aos 18, novo encontro entre os dois. O meia nipônico chutou com menos qualidade, mas o toque da bola no gramado quase surpreendeu o goleiro brasileiro - que só conseguiu defender em dois tempos.
As principais chances brasileiras eram criadas pelo lado esquerdo - por
onde descia o lateral Marcelo, bem no primeiro tempo. Sua notável
atuação era contrabalanceada pela presença apagada de Daniel Alves pela
direita. As chances reais, no entanto, foram poucas. O Japão não teve
mais nenhuma no primeiro tempo. O Brasil criou duas, ambas no fim da
etapa: aos 40, Hulk recebeu na direita, cortou para dentro e encheu o
pé. A bomba foi na rede... Pelo lado de fora. Dois minutos mais tarde,
Fred recebeu lançamento de Neymar dentro da área, dominou e chutou
rasteiro. Kawashima teve alguma dificuldade, mas conseguiu espalmar.
O segundo tempo começou quase rigorosamente igual ao primeiro. Também
aos dois minutos o Brasil marcou um gol. Em vez de Neymar, o autor foi
Paulinho. O cruzamento de Daniel Alves, rasteiro, chegou ao volante do
Corinthians, que foi esperto. Dominou e chutou sem dar tempo para a
marcação chegar. A velocidade do lance impediu que a batida saísse com
mais força e direção - mas também evitou que Kawashima se preparasse
para o lance. O goleiro acabou aceitando um chute defensável por isso.
A desvantagem no placar forçou o técnico italiano Alberto Zaccheroni a
mudar o Japão. Ele tirou o meia Kiyotake e colocou o atacante Maeda.
Abandanou, portanto, o esquema com apenas um homem de frente. A
estratégia era clara: tentar agredir o Brasil e se recuperar num jogo
praticamente perdido. Não deu certo. A Seleção soube segurar o resultado
e passar sem sofrer sustos.
FONTE: NE10
Nenhum comentário:
Postar um comentário