Cura é melhor que ganhar Mega-Sena, diz mulher que venceu câncer
A corretora de imóveis Paula Szyfer, 55
anos, fez três tratamentos para sarna e outros tantos para alergia, até
que, 11 meses depois dos primeiros sintomas, teve o diagnóstico de
linfoma de Hodgkin, câncer que se origina nos linfonodos (gânglios) do
sistema linfático. Sem família para dar apoio, procurou a Associação
Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), onde recebeu atendimento
psicológico e jurídico gratuito. “O que a gente mais quer na vida é ter
informação foi isso o que recebi lá. A Abrale é minha família”, diz ela,
que hoje está curada.
Além de oferecer assistência a pacientes
com doenças graves no sangue, a Abrale produz e dissemina conhecimentos
na área onco-hematológica, com impacto em políticas públicas.
Leia o depoimento de Paula Szyfer:
“Comecei a ter pneumonias sem causa e
uma alergia insuportável em outubro de 2006. Foram quatro internações
seguidas. Eu coçava, e a pele sangrava. Ninguém conseguia descobrir o
que era. Fiz três tratamentos para sarna, mas as feridas no corpo só
aumentavam.
Onze meses se passaram, com dores nos
ossos e musculares, febre e tosse. Até que, em agosto de 2007, fui para o
hospital novamente. Pedi para dormir -havia dois meses que eu não sabia
o que era isso. Eu não aguentava mais.
O médico me examinou e pediu internação.
Depois de ressonâncias, tomografia e biópsia, recebi a notícia de que
tinha linfoma de Hodgkin, estágio 4, o mais grave de todos. Em resumo:
estava com câncer do pescoço para baixo.
O tratamento era muita quimio e
radioterapia, além de transplante de medula. ‘E se eu não fizer nada?’,
perguntei para o médico. ‘Talvez você viva três ou quatro meses’, ele
respondeu.
Como não tenho família que pudesse me
dar apoio, perguntei se existia alguma associação e me indicaram a
Abrale. Fui pessoalmente. Comecei sessões de terapia e recebi carinho.
Foi a Abrale que entrou na Justiça
contra a seguradora e liberou meu primeiro PET Scan (tomografia que
permite diagnósticos mais precisos). Também foi lá que consegui
tratamento odontológico gratuito, depois de perder 12 dentes por causa
da quimioterapia e dos corticoides.
Em dezembro de 2007, peguei os exames e
liguei para o médico. Ele disse: ‘Você está melhor’. Quatro meses
depois, finalmente, terminaram as quimioterapias. Recebi alta em agosto
deste ano. Não sei se ganhar na Mega-Sena provoca a mesma sensação de
felicidade.
Quem está na associação ajuda os outros
pacientes por amor. O que a gente mais quer na vida é ter informação
-foi isso o que recebi lá. A Abrale é hoje minha família”.
Fonte: Folha
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