sexta-feira, 28 de junho de 2013

Aluna detida em protesto foi solta após intervenção do reitor da UFPE

Aluna detida em protesto foi solta após intervenção do reitor da UFPE

Estudante do curso de cinema foi levada à delegacia após confusão.
'Não existem provas de que ela participou de vandalismo', diz professor.

Lara Buitron estuda Cinema na UFPE (Foto: Lara Buitron / Acervo Pessoal) 
Lara Buitron estuda Cinema na UFPE (Foto: Lara Buitron /
Acervo Pessoal)
Uma das sete pessoas presas durante o protesto no Recife que aconteceu quarta-feira (26) conseguiu ser liberada da Delegacia de Santo Amaro, Zona Norte do Recife, após intervenção do reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anísio Brasileiro. Lara Oliveira Buitron, de 22 anos, estuda cinema na instituição e saiu da delegacia no início da madrugada desta quinta (27) com um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), no qual foi registrado o crime de resistência.
Em entrevista ao G1 por telefone, a jovem contou que ficou sabendo da atuação do reitor somente na delegacia. "Parece que a delegacia tinha recebido um telefonema estranho, de alguém que queria saber quem era a estudante da Federal. Acho que ele interveio mais por eu ser aluna da UFPE e porque [o caso] estava repercutindo bastante nas redes sociais", afirmou a jovem.
Lara estava junto com as cerca de 500 pessoas que saíram em passeata da Praça do Derby, centro do Recife, em direção à sede provisória do governo estadual, no Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda. Segundo ela, a prisão aconteceu quando ela se envolveu em uma confusão entre policiais e moradores de Santo Amaro, que também participaram da manifestação.
"A gente viu que tinha três moradores de Santo Amaro sendo revistados pela polícia. Já tínhamos visto isso outras três vezes durante o protesto, e sempre que eu e meu grupo víamos isso, a gente ficava gritando 'solta, solta', só isso [...] A PM cercou a gente e eu fui a escolhida. Só eu fui presa desse grupo em que estava", relatou.
A universitária conta que chegou a ser agredida pelos policiais e teve a mochila revistada. "A Rádio Patrulha chegou, com muita truculência, para revistar minha mochila. Eu não tinha feito nada, estava parada, e cerca de cinco policiais vieram para cima de mim com cassetete e me bateram um pouco. Nada demais, mas eu estou toda roxa, dolorida. Me botaram uma algema, como se eu fosse uma pessoa muito perigosa", afirmou.
A assessoria de comunicação da UFPE informou que Lara Buitron era a única pessoa no grupo de detidos que estuda na instituição. Ao G1, a assessoria afirmou que o reitor Anísio Brasileiro não quis comentar o caso. "Tenho muito o que agradecer ao reitor, inclusive, porque do jeito que estava ali, com os maus-tratos com as pessoas, eu poderia estar no Bom Pastor junto com a outra menina", disse Lara, em referência à outra jovem presa no protesto que foi levada para a Colônia Penal Feminina, no Engenho do Meio, Zona Oeste.
O professor Paulo Cunha, do Centro de Artes e Comunicação da UFPE, acredita que a atitude da univesidade perante o ocorrido foi de solidariedade. "O reitor contactou autoridades do governo do estado e anunciou a preocupação da unidade com ela, uma aluna regular e muito querida. Ele [Anísio] não estava defendendo vândalos, até porque não existem provas de que Lara estava participando de atos de vandalismo. O reitor interferiu porque se trata de um momento social que acontece no Brasil todo", opinou o educador.
FONTE: G1 PE.

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