quarta-feira, 11 de maio de 2016

Após o temporal, moradores de Olinda lamentam os prejuízos



Depois da tempestade, veio o prejuízo. Para moradores de Jardim Fragoso e Casa Caiada, em Olinda, no Grande Recife, o dia seguinte ao temporal de mais de 190 milímetros, registrado em 24 horas, não teve nada de animador. Esta quarta-feira (11) foi dedicada a uma grande faxina nas residências. Também houve a primeira chance de contabilizar o que quebrou ou ficou estragado no meio de tanta água suja e da lama. 

Problema maior para quem mora perto do Canal do Fragoso. Mesmo com o sol voltando a brilhar timidamente e com o calor, a água não baixou totalmente em algumas vias. Na Rua Pedro Álvares Cabral, ainda havia muita lama acumulada na manhã desta quarta. E a população demonstrava preocupação e medo de um novo temporal.


Prejuízos em residência em Olinda por causa dos alagamentos (Foto: Reprodução/TV Globo)


“Os móveis vão ficar suspensos. Estou preparada já para uma nova chuva. Entrou água na geladeira e no fogão”, afirmou a dona de casa Janete Muniz. Na casa da aposentada Conceição Souza, a situação era ainda pior. A água atingiu quase um metro. Ela perdeu televisores e móveis. “Deixei o sofá em cima de cadeiras, e, quando vi, ele estava boiando”, comentou.

Diante das reclamações dos moradores, a Prefeitura de Olinda voltou a informar que está realizando serviços na área do Canal do Fragoso para amenizar o sofrimento das famílias. Reiterou que as obras são importantes para a população, mas só ficam prontas no fim de 2017.

Danos
Imagens aéreas mostraram, na terça-feira (10), a dimensão do drama de quem vive nas áreas perto do Canal do Fragoso. Ninguém conseguia perceber onde começava a rua e onde terminava a calha do curso-d’água. Do alto, virou tudo uma mancha, um mar de lama.

Imagens aéreas mostram o transbordamento do Canal do Fragoso, em Olinda (Foto: Reprodução / TV Globo)
O morador Erinaldo Araújo chegou a chorar ao falar da situação no bairro. Ele disse que a água nunca demorou tanto a ir embora. “Infelizmente, a gente mora aqui”, sublinhou.

Problema também para os moradores de Casa Caiada. A Rua Caetano Ribeiro virou um rio.  Quem teve condições se refugiou no primeiro andar das casas. Até cobras apareceram no meio da água. O dono de uma oficina mecânica desabafou: “É só prejuízo. E desespero”, afirmou Eduardo Santos.

Para sair de casa nesta terça-feira (10), moradores tiveram que usar barcos (Foto: Reprodução / TV Globo)

Explicações
O secretário de serviços Públicos de Olinda, Manoel Sátiro, afirmou, na terça, que o município buscou ajuda do governo do estado, responsável pela obra do canal, para amenizar o sofrimento dos moradores da área de Fragoso.

Ele garantiu que medidas paliativas estão sendo tomadas para permitir o escoamento emergencial da água acumulada. Como o canal só fica pronto em 2017, será necessário fazer ações urgentes.

A situação de  algumas áreas de Olinda, na manhã desta terça, era tão complicada quanto no Recife, onde o número de famílias desalojadas na capital chega a 100. A capital pernambucana registrou em 36 horas, entre a noite de domingo (8) e a terça-feira (10), 201 milímetros de chuva. Isso equivale ao índice de precipitações previsto para 21 dias de maio, de acordo com a média histórica, que é de 328 milímetros.

Creche alagada
Em Jardim Atlântico, outro bairro de Olinda, uma creche localizada há 12 anos na Rua Professor Olímpio Magalhães ficou alagada pela primeira vez. O muro lateral da Creche-Escola Bartolomeu Aroucha caiu, e a água das chuvas invadiu o imóvel. "Como a água subiu 50 centímetros, perdemos colchões, brinquedos, travesseiros, livros infantis, além de todas as portas terem sido danificadas", lamenta Dora Pereira, diretora da creche que recebe atualmente 80 crianças entre 5 e 8 anos.

Voluntários e funcionários da creche realizam um mutirão nesta quarta-feira para limpar o local e jogar fora os objetos danificados. Segundo a diretora, uma equipe da Prefeitura de Olinda vai auxiliar o trabalho de limpeza na quinta-feira (12). Com isso, a expectativa é que a creche-escola volte a funcionar na sexta-feira (13).

Números
Por causa do temporal, a Defesa Civil de Olinda registrou três desabamentos de muro e nove desmoronamentos parciais de imóveis. Dois caíram totalmente. Foram 15 deslizamentos de barreiras. Moradores fizeram 44 solicitações de proteção por lonas.


FONTE G1 PE.


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